domingo, 3 de junho de 2007

Aniversário de Casamento.


Ela estava super ansiosa naquele dia, era o dia do seu aniversário de casamento. Tudo devia sair perfeito, afinal, não é todo o dia que se comemora vinte e cinco anos de casados.
Ela levantou bem cedo, tomou um banho demorado, se perfumou, se arrumou toda, preparou um café reforçado para servi-lo na cama e acordou o marido com beijinhos.
Até então, tudo tinha saído como ela havia planejado.
Durante o dia, pediu que a faxineira deixasse tudo brilhando, porém ela ainda estava em dúvida se comemorava a tal data em casa ou no motel. Pensou bem e resolveu fazer em casa, já que ia organizar uma festinha celebrando as bodas para a família e amigos mais próximos. Achou que em casa seria um clima mais adequado do que num restaurante e depois a dois no motel, já que foi ali que a história dos dois havia se passado.
Ela abriu a lista telefônica e procurou o restaurante que os dois mais gostavam e pediu para que entregassem o prato preferido do marido às oito da noite. Quanto aos canapés de entrada e a sobremesa, ela mesma decidiu preparar, para ter algo especial, algo que ela mesma preparasse depositando todo o seu carinho.
No almoço, comeu algo bem leve pra mais tarde poder entrar no vestido que havia comprado para tal ocasião. Mais tarde, perdeu horas a fio no shopping tentando encontrar a lingerie perfeita, para usar naquela noite. Experimentou todos os modelos possíveis e imagináveis. Um era curto demais pra sua idade. Outro não valorizava seu corpo, que já tinha mudado desde a época do casório. Mas decidiu não se privar dos mais sensuais, afinal de contas a noite era especial e apesar de já não poder mais exibir um corpinho jovem e perfeito, tinha que impressionar e parecer sexy, levando também em conta que acabaria a noite sem a tal roupa. Calcinha ali, espartilho cá, finalmente escolheu uma camisolinha nada comportada, porém discreta.
Compras feita, foi para a casa, tomou outro banho demorado e seguiu direto para o salão de beleza: fez um belo penteado, uma maquiagem que realçava seus traços, colocou cores nas unhas e deixou seus pés como uma verdadeira seda.
De volta a sua casa que se encontrava um brinco, tratou de se vestir e esperar o jantar, o marido e os convidados.
Tudo havia corrido bem. O jantar com os convidados havia sido super agradável e agora o grande momento estava por vir.
O marido pediu que ela o esperasse na cama, enquanto tomava um banho. Ela aproveitou para conferir se a empregada havia colocado os lençóis certos. E como era de se esperar, mais uma vez Fátima, a empregada, não falhou, havia feito tudo conforme o combinado. Então a mulher puxou a colcha, dobrou e colocou num canto. Passou as mãos na cama para alisar os lençóis comprados para a tal data, jogou pétalas de rosas por cima, acendeu as velas perfumadas e se vestiu: finalmente tirou o vestido e sapatos apertados e colocou a tão esperada lingerie. Se jogou no meio da cama e ficou esperando o marido voltar do banho, fazendo uma pose bem sexy sobre os lençóis.
Minutos depois, o marido sai do banheiro e ela fica ali ansiosa esperando a reação dele para a surpresa que havia preparado com tanto carinho.
A luz do banheiro se apaga e ele distraído, sem nem notar a iluminação das velas, acende a luz do quarto. Ela continuou lá, na mesma posição, exibindo sua camisola nova.
Ele olha para a esposa com carinho e sorrindo. Ela retribui o sorriso.
Ele fica ali, parado, a olhando com cara de apaixonado, mas sem prestar muita atenção nos lençóis novos, nas pétalas, nas velas e na camisola.
Ela se mexe um pouco tentando chamar a atenção dele para seu figurino de tirar o fôlego, e ele continua a admirando. Ela se insinua mais ao marido. Ele olha, olha, olha e fica paralisado olhando suas pernas. Ela fica toda entusiasmada, quando de repente, aquele amor todo que ele transmitia com os olhos está prestes a se tornar um elogio. Ela espera que ele diga algo, quando de repente ele se manifesta com um ar espontâneo:
- Nossa, querida! Ainda não tinha reparado: Como você “ta” de varizes!

sábado, 2 de junho de 2007

“Podexá” que eu resolvo, mãe.


Na foto: Pepito e Pelúcia.
É assim que os chamo carinhosamente, apesar dos dois não aprovarem.
...
Minha irmã estava observando meu sobrinho brincar na varanda. Brincadeira aqui, brincadeira acolá, volta e meia ele puxava o rabo do pobre gatinho que passeava pra lá e pra cá.
Minha irmã avisava que era pra parar, mas não adiantava nada, minuto mais, minuto menos, estava ele novamente, incomodando o pacato animal.
Ela avisou várias e várias vezes, mas nada da criança parar de infernizar a vidinha do felino.
Cansada de repetir a mesma ladainha, como toda boa mãe que sabe que essa história de Supernanny demora a dar resultados, resolveu ameaçar:
- Vou te avisar pela última vez: deixe o gato em paz. Se você continuar atormentado, ele vai se irritar e vai te dar uma mordida bem forte. E aí, não adianta chorar.
Minutos depois, ela vê o gato passando feito um furacão e miando loucamente. A jovem mãe confusa sai na varanda pra ver o que houve e surpreende seu filho com a boca toda suja de pêlos.
- Filho? O que foi que aconteceu?
- Ué, mãe? Você me disse que se o gato se irritasse comigo, ele ia me morder. Aí, antes que ele fizesse isso, eu resolvi morder ele primeiro.

Simples Assim!

sexta-feira, 1 de junho de 2007

O que você faria se um policial agarrasse a sua irmã?


Dia desses, o gerente de uma loja estava trabalhando bem sossegado, quando de repente percebeu a muvuca que tava rolando na rua: donas-de-casa, comerciantes, forasteiros e curiosos formando um aglomerado de pessoas na calçada. Todos falando, gesticulando e olhando pra mesma direção.
Ele, que detesta fofoca e atrapalhar seja lá o que for, continuou sentado no seu canto, lendo um livro que, aliás, parecia super interessante.
Minutos depois, deu uma espiada pra fora e viu uma viatura vindo a todo gás com a sirene ligada. O lugar foi tomado por homens fardados: era policial pra cá, viatura pra lá, indo e vindo.
Passou. A multidão começou a se desfazer e aí ele soube que tinham assaltado a farmácia. Tudo tava explicado.
Como é de praxe, sua irmã que é sacoleira, tava pra chegar com suas malas recheadas de calcinhas: ela vende pras mocinhas de plantão que trabalham no comércio ao redor. Mas antes que o gerente a visse, entrou uma lojista pela mesma porta que dava para o cenário de toda a confusão. A moça vinha estabanadamente caminhando em sua direção com os olhos arregalados e com a boca cheia, cheia de novidades prontas pra escapar. Ela pára bem em frente ao garoto e com ar de espanto, solta:
- O policial agarrou a sua irmã!
A lojista olha pra fora, aponta e gesticula desesperada, repetindo nervosa, com cara de “você não vai fazer alguma coisa?”:
- O policial agarrou a sua irmã!
O moço, passivamente se inclina e olha pra fora. Sim, realmente o policial tinha agarrado a irmã dele. Era como uma cena de filme americano, desses que passam na Sessão da Tarde, na Globo, que no final o herói fica com a mocinha.
A cena que viu foi o policial inclinado, segurando sua irmã nos braços, dando um beijo de tirar o fôlego.
O gerente voltou pra sua posição anterior e quando olhou, a garota continuava paralisada, de boca aberta, ainda esperando que ele fizesse algo, que finalmente tomasse uma providência.
Ele até pensou em fazer cara de pavor misturado com ira, fúria, indignação, desespero e raiva, mas definitivamente não conseguiu articular tal terrorismo e caiu na gargalhada. A garota ficou horrorizada com sua atitude, olhando para o garoto com cara de desaprovação e ainda apontado pra fora.
Quando acabou de rir, ele tentou falar com a moça, mas ela ainda não acreditava no que tava acontecendo e explicou tudo de novo, como se ele não tivesse visto nada, achando que assim, poderia fazer com que o menino mudasse de opinião e tomasse uma atitude:
- Você não ta entendendo. Sua irmã parou o carro, ligou o alarme e vinha andando, quando o policial correu atrás dela e a agarrou.
Ele tranquilamente, porém ainda rindo um pouco, virou e disse:
- A minha irmã é casada com um policial e por acaso é aquele ali.
Ela olhou para o rapaz com uma cara de “por essa eu não esperava” e saiu sem dizer mais nenhuma palavra.

É! As pessoas adoram tirar conclusões precipitadas e fantasiar as coisas. Esperam por um desfecho mais emocionante.
É que na verdade, o povo adora uma fofoca, pra sair ou continuar na mesmice.