terça-feira, 28 de julho de 2009

Caio Balzaquiano, a Síndrome de Peter Pan e O Bife Acebolado.

Caio com o caderno "Agito", numa sessão de fotos e autógrafos.
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Ontem, levei pra almoçar uma marmita preparada pela minha sogra. Eu achei ótimo, pois nada melhor do que levar uma marmita “surpresa”, preparada por outra pessoa, por alguém que tem mais experiência. Hummm!
Coloquei pra esquentar no microondas e quando tirei, o aroma invadiu a cozinha, lembrando cheirinho de restaurante self service.
Tinha tanta comida que parecia coisa pra um pedreiro faminto que trabalhou duro debaixo de sol o dia todo, mas eu comi tudo. E ainda levei batata palha pra acompanhar. Só de lembrar dá água na boca. O negócio foi que comecei a escrever isso porque, enquanto comia aquela comida deliciosa, lembrei do Caio.

Lembrei também que fazia anos que não comia bife acebolado. E enquanto cortava o bife em meio às rodelas de cebola, veio à memória o episódio que envolvia o Caio contra o Bife Acebolado. rs

Vou começar do começo. O Caio, na época, com seus 34 aninhos, morava na casa dos pais e, além dessa, colecionava algumas outras atitudes de menino “teen”. A galera sempre fazia piadas com essa história. Um belo dia, apareceu um pessoal de um dos jornais da região batendo lá na agência que trabalhávamos. Era pra fazer uma entrevista com o Caio, e o assunto da matéria era sobre filhos com mais de 30 anos que se recusavam a sair da barra da saia da mãe. A gente não viu a entrevista acontecer, mas todo mundo ficou atento aos jornais que chegavam todos os dias na agência.
O Caio sabia quando seria distribuído o exemplar com a entrevista dele, por isso, combinou com a Dona Nilde, que chegava mais cedo, de esconder o jornal do pessoal. Ela, pra não despertar a atenção da galera, escondeu apenas o caderno com a matéria que ele participava, numa gavetinha da cozinha. Detalhe: O Caio e a mãe dele estampavam a capa do caderno que, diga-se de passagem, chamava “Agito”. rs

O dia passou tranqüilo lá na agência. Eu, pra ser sincera, não desconfiei de nada. Mas, se não me engano, no dia seguinte, alguém apareceu com o jornal lá no estúdio, contando toda a armação do Caio e da Dona Nilde.

O jornal passou de mão em mão, só faltou assinar, como fazíamos com as revistas que o chefe nos “obrigava” a ler. No mesmo dia criamos uma comunidade no Orkut em homenagem à estrela da matéria, com direito a foto do rosto dele no corpinho do Peter Pan e o relato do causo com o link da matéria na internet e tudo. E eu corri à banca mais próxima pra comprar meu próprio exemplar (tenho guardado até hoje, inclusive). Confesso que não apenas comprei e fui embora. Pedi o jornal, conferi o caderno “Agito” na hora, pra não levar coisa errada e ainda, como uma boa publicitária que sou, fiz a propaganda ali mesmo: mostrei a capa pra todo mundo que tava na banca e perguntei se conheciam. Li o título da matéria e contei que era um amigo meu. rs

Pois é. E não contente com uma capa gigante que já era mais que suficiente para jamais ser esquecido e sempre zoado, ainda tinha um título e um depoimento que ficaram pra história e arruinaram seu sossego:

O título dizia: “O publicitário Caio Junqueira, 34, permanece com os pais até hoje.”
Já o texto era mais comprometedor: “É um privilégio morar com eles e ter a facilidade de ter tudo pronto. Até acho que às vezes falta privacidade, mas os benefícios são muito maiores.”
Sua mãe, Maria Rita, o mima demais - sempre que faz bifes nas refeições tempera com cebolas grandes. "Assim eu consigo separá-las, porque não gosto. No feijão, ela amasseta bem e fica imperceptível."

Fala sério? Nem preciso escrever mais nada.

Só pra esclarecer, hoje ele mora sozinho. E a rebeldia foi tanta, que ele mora sozinho em outro Estado, bem longe da barra da saia da mãe.

Fim!