
Jenny e Eu
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Em Homenagem à Minha Querida Amiga Jennifer Shinner:
Depois de mais ou menos uns cinco anos longe do Brasil, essa doida apareceu por aqui sem aviso prévio.
Numa manhã de quarta-feira meu celular toca às oito e meia da manhã, era número restrito. Pra sorte dela, eu estava de bom humor e atendi, pois não sou adepta a atender quem não quer se identificar.
- Alô.
Ela fez alguma brincadeira que eu não me lembro agora, e isso significa que eu não estava de tão bom humor assim, pois respondi:
- Com quem você quer falar? (do tipo, pára com essa gracinha, Sra. Sem Identificação, e diz logo o que quer, mas antes prove que me conhece. Sei que é grosseria, mas, por incrível que pareça, não reconheci a voz da criatura).
- Má Quê! Acordou agora?
Bastou o “Má Quê” pra eu saber que se tratava de uma das Senhoritas Shinner. Dois segundos depois, identifiquei qual das duas era, já que a voz da Jenny é incrivelmente idêntica a da Shar. Sei quem é quem pela maneira de falar. É como reconhecer irmãos gêmeos idênticos, quando você é da família ou amigo próximo, pois as demais pessoas sempre conseguem errar, mesmo tendo 50% de chance de escolher o nome certo, antes de chamar um deles.
- Sua louca! Lógico que não. Estou trabalhando.
- Má Vá! Imaginei mesmo que estava trabalhando. Você vai ficar livre hoje?
- Vou, às 18h00, assim espero.
Eu achava que a cidadã, de dupla cidadania, diga-se de passagem, ia querer me ligar após meu horário de trabalho, pois sempre que liga, faz dessa maneira.
- Onde a gente pode se encontrar?
- Como assim “onde a gente pode se encontrar”? Tá me zoando?
- Não. Tô aqui, hospedada no hotel tal, que fica na rua tal, blá, blá, blá...
Era verdade! Ela tava aqui. E eu tinha um aniversário “sobrinhês” pra ir, mas também não podia deixar de me encontrar com a Jenóca, depois de tanto tempo e tanta saudade.
Combinamos horários e lugares, descombinamos e deixamos pra combinar depois e etc. No fim, ela disse que iria pra outra cidade no dia seguinte, mas que no sábado passaria por aqui novamente. Como eu tinha o aniversário e por isso teria que reduzir o tempo do nosso encontro, achei interessante marcarmos pro sábado e assim foi. Deixamos combinado que almoçaríamos juntas e que ela me ligaria antes pra nos encontrarmos.
No sábado, escolhi um restaurante que fica no meio do mato, bem legal, pois achei que era a cara dela. Fomos pra lá com celulares apostos esperando que a moça ligasse e nada. Almoçamos e quando já estávamos fazendo a digestão, ela liga. Então fomos encontrá-la no pior lugar que alguém poderia querer visitar, o shopping.
Chegando lá, optamos por uma chopperia. Conversa vai, conversa vem, ela começou a contar as peripécias dela com o namorado inglês no Brasil. Disse que foram se encontrar com um amigo dela num barzinho. Colocando o assunto em dia e tal, o sacana do amigo disse pra ela: “peidei”.
Ela, sem noção, caiu na risada. O namorado ficou curioso e perguntou do que falavam. Ela, explicou em inglês pro moço, o que o amigo havia falado. E o namorado tão doido quanto, achou interessante e perguntou em inglês, como se dizia “peidei” em português. Nesse momento a garçonete se aproximava, e bem na hora que a moça chegou, se curvando pra perguntar qual seria o pedido da Dona Jenóca, coincidiu dela responder a pergunta do namorado: “peidei”.
Agora pára e visualiza a situação! rsrs