
Conversa vai, conversa vem, uma das crianças, brincando ali ao lado, porém atenta à conversa, pergunta se é verdade:
- É verdade que vocês vão comprar um terreno aqui?
A gente responde que estamos apenas imaginando, planejando... Ele fica olhando, curioso.
E então, perguntamos se ele gostaria que fizéssemos isso. E mais do que depressa, o menino responde com outra pergunta:
- Depende. Vai demorar muito pra ficar pronto?
Então a gente diz que demoraria alguns anos, pois até encontrarmos um terreno parecido, do mesmo tamanho, até todos fazerem as contas e até a casa ficar pronta, ele já estaria um pouquinho maior.
O garoto fica em silêncio, pensa e então pergunta se vai poder levar cachorro. A gente responde que sim, desde que ele mande fazer um canil.
Ele pergunta se todas as crianças vão dormir no mesmo quarto. E a gente diz que podem até dormir juntas, mas que cada um terá seu próprio quarto, pois quando crescerem vão namorar e depois casar, e então vão querer ter um quarto próprio.
Ele diz que não vai querer. E a gente diz que vai ser legal, que daqui dez anos, ele poderá vir dirigindo seu próprio carro e que poderá trazer sua futura namorada. E ele explica:
- Não! Vocês não entenderam: eu quero vir pra cá sim, o que não quero é ter uma namorada. Quero vir com meu carro, também... Mas não vou trazer nenhuma namorada.
Obviamente que ficamos curiosos e perguntamos o motivo da “rebeldia” toda. E ele responde:
- Quando eu tiver dezoito anos eu vou querer ter um carro e eu não vou querer ter namorada, eu vou querer ter um cachorro.
Caímos na risada e dissemos que ele poderá ter um carro, uma namorada e um cachorro. Mas ele não se convenceu tão fácil:
- Não! Prefiro ter um cachorro. Vou comprar um carro, só com dois lugares: eu vou dirigindo e o cachorro vai do meu lado. Não vai ter lugar pra namorada.
Então perguntamos que cachorro ele queria. Ele respondeu que era um Husky. Perguntamos se ele já tinha escolhido o nome, e o menino respondeu que sim:
- O nome dele vai ser Husky!
Lógico! Que nome mais poderia ser?
Tão óbvio... rsrs
Bom... Daqui dez anos, a gente volta a conversar com ele, pra ver se mudou de opinião. rsrs