sexta-feira, 1 de junho de 2007

O que você faria se um policial agarrasse a sua irmã?


Dia desses, o gerente de uma loja estava trabalhando bem sossegado, quando de repente percebeu a muvuca que tava rolando na rua: donas-de-casa, comerciantes, forasteiros e curiosos formando um aglomerado de pessoas na calçada. Todos falando, gesticulando e olhando pra mesma direção.
Ele, que detesta fofoca e atrapalhar seja lá o que for, continuou sentado no seu canto, lendo um livro que, aliás, parecia super interessante.
Minutos depois, deu uma espiada pra fora e viu uma viatura vindo a todo gás com a sirene ligada. O lugar foi tomado por homens fardados: era policial pra cá, viatura pra lá, indo e vindo.
Passou. A multidão começou a se desfazer e aí ele soube que tinham assaltado a farmácia. Tudo tava explicado.
Como é de praxe, sua irmã que é sacoleira, tava pra chegar com suas malas recheadas de calcinhas: ela vende pras mocinhas de plantão que trabalham no comércio ao redor. Mas antes que o gerente a visse, entrou uma lojista pela mesma porta que dava para o cenário de toda a confusão. A moça vinha estabanadamente caminhando em sua direção com os olhos arregalados e com a boca cheia, cheia de novidades prontas pra escapar. Ela pára bem em frente ao garoto e com ar de espanto, solta:
- O policial agarrou a sua irmã!
A lojista olha pra fora, aponta e gesticula desesperada, repetindo nervosa, com cara de “você não vai fazer alguma coisa?”:
- O policial agarrou a sua irmã!
O moço, passivamente se inclina e olha pra fora. Sim, realmente o policial tinha agarrado a irmã dele. Era como uma cena de filme americano, desses que passam na Sessão da Tarde, na Globo, que no final o herói fica com a mocinha.
A cena que viu foi o policial inclinado, segurando sua irmã nos braços, dando um beijo de tirar o fôlego.
O gerente voltou pra sua posição anterior e quando olhou, a garota continuava paralisada, de boca aberta, ainda esperando que ele fizesse algo, que finalmente tomasse uma providência.
Ele até pensou em fazer cara de pavor misturado com ira, fúria, indignação, desespero e raiva, mas definitivamente não conseguiu articular tal terrorismo e caiu na gargalhada. A garota ficou horrorizada com sua atitude, olhando para o garoto com cara de desaprovação e ainda apontado pra fora.
Quando acabou de rir, ele tentou falar com a moça, mas ela ainda não acreditava no que tava acontecendo e explicou tudo de novo, como se ele não tivesse visto nada, achando que assim, poderia fazer com que o menino mudasse de opinião e tomasse uma atitude:
- Você não ta entendendo. Sua irmã parou o carro, ligou o alarme e vinha andando, quando o policial correu atrás dela e a agarrou.
Ele tranquilamente, porém ainda rindo um pouco, virou e disse:
- A minha irmã é casada com um policial e por acaso é aquele ali.
Ela olhou para o rapaz com uma cara de “por essa eu não esperava” e saiu sem dizer mais nenhuma palavra.

É! As pessoas adoram tirar conclusões precipitadas e fantasiar as coisas. Esperam por um desfecho mais emocionante.
É que na verdade, o povo adora uma fofoca, pra sair ou continuar na mesmice.

Um comentário:

Anônimo disse...

hum..nunca passei por isso..
+ deve c engraçado..rsrs..

ja pensou..c eu conhecesse essas pessoas?nossa..iria rir bastante!

sem contar..q a "nega" era sacoleira?q coisa..

fala p/ ela me ligar..to precisando comprar algumas coisinhas..rs..

bjs tia..to esperando a proxima..rs