terça-feira, 22 de maio de 2007

A Pergunta que não quer calar.


No Dia das Mães saímos pra comprar vasos de flores. É um presente simples, porém encanta àquelas de quem um dia, “saímos de dentro delas”.
Dias depois, percebi que tanto o vaso de flores da minha mãe, quanto o da minha sogra estavam em suas respectivas salas, ainda enfeitados com laços, papéis de celofane e purpurina em mesinhas estrategicamente visíveis, porém que não batia a luz do sol nem por decreto.
Ok! Entendo que virou objeto de decoração, até pras visitas perceberem o carinho que receberam, mas e aí? Qual é a graça de ter uma plantinha linda e infeliz?
Imagino que o figurino da planta: os laços, o celofane e a purpurina são como vestidos apertados e sapatos de bico fino, desses que espremem os cinco dedinhos do pé, transformando todos em irmãos gêmeos siameses que a gente só usa em formatura e casamento e não vê a hora de tirar. E pra colocar a água? É como se com essas roupas de festas, tomássemos chuva. Molha o celofane, laços e purpurina que acabam ficando sem gracinha e caidinhos.
Mas o que mais me assusta é o fato de estarem longe da luz solar. Como farão a tal fotossíntese? Logo a fotossíntese que elas tanto insistiram pra que nós, filhos, aprendêssemos pra àquela prova de ciências na época do primário?
Agora digo à vocês que esse meu texto já não faz mais sentido, tampouco seu título.
Querem saber o motivo?
Ok! Eu conto.
Inconformada com a vidinha sem graça que as plantinhas estavam levando, cheguei um dia na casa da minha mãe e seqüestrei o vaso. Já matutando em fazer o mesmo com o vasinho da minha sogra.
Pois é! Minha mãe tinha ido ao mercado, então aproveitei e levei a pobre pra tomar um bronzeado e finalmente realizar a tão esperada fotossíntese no quintal. Quando minha mãe chegou ouvi o carro parar, ouvi a porta se abrir e um “cadê a minha flor que tava aqui?” Antes dela “atacar” meu pai com a pergunta, corri em sua direção e logo fui explicando meus mil motivos para ter levado a pobrezinha a tomar um solzinho. Óbvio que antes deixei bem claro que a planta ainda estava em casa, mas que tinha saído um pouquinho no quintal pra tomar um ar, ver o céu azul, conversar com suas amiguinhas de folhas.
Minha mãe pediu que eu tirasse o vaso de lá imediatamente, pois ia torrar a pobrezinha. Foi aí que ela me explicou que esse tipo de flor vive muito bem dentro de casa. E que o sol muito forte pode fazer mal. Resgatei a planta e pedi desculpas à dona florida.
Conclusão: tem plantas literalmente domésticas, como aqueles cachorrinhos chatinhos com penteados esquisitos, esses de madame que vivem no sofá da sala como peça de decoração, mas que assistem televisão e tem sua própria almofada, assim como lacinhos, roupinhas e purpurina.
É isso. Nem todo mundo gosta de viver igual o outro.
Ah! A propósito as plantinhas continuam lindas! ;)

Um comentário:

Unknown disse...

Hummm...
Vejo que seu namorado conseguiu te ensinar a escrever. E muito bem por sinal.
Parabéns!
:p
Saudades!
Bjoss