
Nasci numa cidade chamada Vinhedo, no interior paulista. Não só eu, mas quase todos da família. Minha mãe esteve por lá “só” quatro vezes, e foi nessa última vez que ela voltou comigo no colo, sou a filha caçula. Minhas tias também fizeram o mesmo trajeto: meus primos, que não são poucos, são naturais de Vinhedo. Isso é tradição na minha família, já que ninguém mora na cidade. Tudo isso por conta de um médico de lá. Sabe aquela coisa antiga de médico da família? Quando ainda não existia plano de saúde? Pois é! Minha família mantém a tradição até hoje.
Outra coisa que já entrou pra história da família são as férias de fim de ano. Todo ano, a mulherada se reúne na casa da minha tia pra sugerir lugares, especialmente cidadezinhas do interior. Tempos atrás, elas recorriam às indicações e listas telefônicas. Com o tempo, a coisa foi se modernizando: hoje a função da minha mãe é caçar casas pra alugar na internet. Na verdade não são casas comuns, são fazendas. Há 15 anos todos resolveram trocar a praia pelo campo.
Mas não é simplesmente alugar, tem todo um ritual: são vários encontros na casa da minha tia até tudo se resolver. Com toda a mulherada da família reunida, falando todas ao mesmo tempo, elas conseguem decidir tudo: planejam números de quartos, números de pessoas, cozinheiras e moças que devem contratar pra limpar a casa, etc. Na segunda etapa, com muita coisa já definida, escolhem as casas que se encaixam no perfil. Ligam, negociam, até escolherem uma. Fazem os cálculos pra ver o tamanho do investimento, afinal de contas, a família tem uma poupança e todos depositam uma quantia mensalmente para a tal viagem de fim de ano. Se o dinheiro não der, calculam e dividem a diferença por cabeça. Pro final fica sempre a elaboração do cardápio: café, almoço, jantar e afins. Quanto às compras, algumas vezes fazem na própria cidade e levam, outras vezes compram em algum mercado da tal cidadezinha, fazendo reserva de produtos por e-mail, antigamente era por fax. A diversão é sempre garantida, apesar de acontecerem também, uns “arranca-rabos”, o que é natural. Coisa de família.
Um comentário:
Nossa, você devia ter vergonha por me cobrar um comentário... esse texto eu li faz semanas e você só postou agora! E olha que isso vindo de quem atualiza o blog quase que semestralmente... hehehe. Aguardo textos novos.
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